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Novas regras nas escolas em Portugal

Novas regras nas escolas em Portugal Enfim, aulas. E agora? O início do ano letivo pós confinamento chegou em Portugal e, com ele, o tão temido e Novas regras nas escolas em Portugal Enfim, aulas. E agora? O início do ano letivo pós confinamento chegou em Portugal e, com ele, o tão temido e esperado primeiro dia de aula. Até a última semana de férias ninguém tinha certeza de como seria a volta às aulas, mas nós, pais, já especulávamos juntos desde o começo da pandemia sobre as possibilidades: Não haverá aulas todos os dias, dividirão as turmas e as aulas de cada uma será em dias alternados. Será uma turma pela manhã outra à tarde. Todos irão usar máscaras. E os menores? Será que terão responsabilidade para lidar com as máscaras? Terão que ir com uma roupa e trocá-la quando chegar à escola. As aulas presenciais não irão voltar, tudo continuará on-line. E por aí vai. Eram muitas as possibilidades e a nossa imaginação dava asas a todas elas. Imaginávamos desde o começo do isolamento como seria esse retorno. As autoridades já davam dicas das novas regras, e a nós cabia manter a cabeça no lugar e conversar com as nossas crianças sobre as mudanças, que acabaram por acontecer de maneira gradual com a evolução da pandemia, ou com a evolução do conhecimento sobre ela. Aos poucos nos acostumamos com as máscaras, o álcool gel, o distanciamento e aquelas setas por todo lugar nos direcionando para o sentido certo de ir e vir: saída e entrada. Só soubemos realmente como seria o retorno dos meus guerreiros às aulas uma semana antes delas começarem, período em que as escolas fazem a reunião com os pais para informar sobre o ano letivo. Uma delas foi on-line, a outra não pude participar, pois estava sozinha com os meus meninos em Portugal e não pude entrar na reunião com os dois, o que antes era permitido. As novas regras já me pegaram logo na primeira reunião, faz parte! São tantas as regras agora que tenho certeza que ainda serei surpreendida algumas vezes. Quais são essas novas regras dentro da escola? Pelo menos na escola dos meus meninos é assim: As crianças não entram todas de uma vez em um único horário como era feito antes. Agora as entradas são escalonadas por série: primeiro o jardim de infância, depois o 1º ano, e assim por diante até a última série, que na escola que os meus heróis frequentam é a 4ª serie do 1º ciclo. Esse escalonamento também acontece na hora do almoço no refeitório: primeiro os pequenos até chegar aos maiores. Cada sala só convive com os seus próprios colegas. Os alunos têm um lugar fixo, tanto na sala de aula quanto no refeitório. Os recreios permanecem nos mesmos horários e com a mesma duração, a diferença é que a escola foi mapeada e cada turma tem o seu dia para aproveitar um determinado lugar no mapa: às segundas-feiras no ginásio, às terças-feiras no parque, às quartas na quadra, etc. Assim os alunos aproveitam a escola toda durante a semana. Menores de 10 anos não são obrigados a usar máscaras e as janelas da sala ficam parcialmente abertas para renovar o ar. Os banheiros também são fixos para cada sala, assim evita-se contato físico com os outros alunos. Para as crianças não se confundirem foram feitas linhas coloridas no chão, cada sala é de uma cor. Os alunos de determinada cor só podem andar na respectiva linha, assim fica garantido que andarão em fila e não trombarão com os colegas da outra sala. Mas a medida que eu achei maravilhosa foi: não existe mais leva e traz de mochilas! Lembra aquelas mochilas pesadas cheias de livros e cadernos que desde que nos lembramos por gente as crianças usam? Virou uma caixa com o nome deles na sala de aula. Cada aluno tem a sua caixa e todo o material fica na escola. A lição de casa vem em uma folha de papel na sexta-feira, e na segunda-feira é devolvida. Ah, lembra lá em cima que não pude participar da reunião porque meus filhos não podiam entrar na escola naquele dia? Agora sou eu quem não pode. Pais dentro da escola de jeito nenhum! Antes eu entrava para deixar o mais novo na porta da sala do jardim de infância. Como as crianças encararam tudo isso? Pelo que posso perceber as crianças aceitaram. Falam das regras com leveza e voltam felizes da escola, meu coração de mãe agradece! Desde que as aulas começaram, dia 17 de setembro, fiquei sabendo de um caso de escola que teve que ser fechada por causa do coronavírus em Portugal. Vamos acompanhar e continuar torcendo pelo melhor, sempre! Se há receio da retomada das aulas? Sim, tudo isso é muito novo. Procuro cuidar da alimentação da minha família, fazemos exercícios , usamos máscaras e lavamos muito as mãos. O que mais me resta fazer? Leia mais…

Viva a Vida como ela vem!

Nova normalidade: Viva a vida como ela vem! Se quiser viver muito e bem, viva a vida como ela vem! Nova normalidade: Viva a vida como ela vem! Se quiser viver muito e bem, viva a vida como ela vem! A frase com a qual encerrei um dos meus últimos textos abre esse. Ela não saiu da minha cabeça desde que retomei parte da minha rotina fora de casa, a nossa nova normalidade. A realidade lá fora hoje tem um monte de coisinhas para nos adaptarmos. A máscara é uma delas, de todas as cores e formatos, agora elas fazem parte do nosso “guarda-roupa”. Há quem não goste, no começo também fiquei um pouco chocada, mas agora acho que até simpatizo com elas. Elas não nos permitem que vejamos os sorrisos nos lábios, mas ressaltam cada expressão dos olhares, o que já a tira do papel de totalmente vilã. Em lugares que antes eu só dizia bom dia e entrava, agora digo bom dia, passo álcool gel, tiro a minha máscara, ganho outra e tenho a temperatura monitorada. Por fim, um papel limpo, mais álcool gel para higienizar o lugar que ficarei por quatro horas. De preferência sem sair do lugar, é mais seguro. No curso que estou fazendo, minha amiga que sentava ao meu lado, agora está na mesa da frente. Cada um de nós tem uma mesa dupla, e o lugar do lado permanece vazio. Das vinte e poucas pessoas que frequentavam o curso quando nos trancamos (ou fomos trancados dentro de casa) restaram apenas doze, mas no meu período somente seis, na verdade cinco, uma delas nunca apareceu. Tivemos que nos dividir para manter um distanciamento seguro. Fico feliz em ter sido eu a primeira a voltar às aulas em casa. Confesso que no dia que recebi a ligação do centro de formação convocando-me ao retorno às aulas me deu um certo desespero, afinal estava há quase três meses saindo de casa apenas para o indispensável, como ir ao mercado ou dar um passeio rápido pelo bairro com os meus meninos. Não consegui dar a resposta na hora, fiquei insegura e tive uma crise de choro que me lavou a alma. Tomei a decisão de voltar à minha formação, que me alimenta a mente com aprendizados e faz meu cérebro funcionar em uma direção que eu mesma escolhi. Um dia eu teria que sair de casa, mas esse dia agora já tinha data e horário marcado. Respiro fundo e agradeço ser eu a primeira a ultrapassar essa barreira, assim posso explicar com toda calma para os meu meninos como será a nova rotina deles na escola. E tomo muito cuidado para nunca reclamar, só mostrar as diferenças, e que sim, isso é normal e saudável agora. Todos esses novos procedimentos são para nos proteger daquele bichinho invisível, não das pessoas. O novo normal na rotina Atualmente, quando chego em casa, tiro meus calçados ainda na porta, me lavo e troco de roupa. Só depois disso abraço meus heróis. A ordem das coisas mudou um pouco na minha rotina de entrada. A primeira coisa que fazia era abraçar meus meninos, mas quer saber? Acredito que o que faço agora que é o correto para manter a segurança e a saúde dos meus filhos, e eles já entenderam isso. Então está tudo bem! A rotina do mercado também não é a mesma, tenho que reservar algumas horas para essa atividade, gosto de limpar todos os produtos antes que entrem no meu carro. Talvez seja um pouco de exagero? Pode ser, mas deixa minha consciência tranquila, é isso que importa. E é assim mesmo, esse é o novo normal. Da mesma forma que hoje é normal ver aulas pela televisão e pelo computador. É normal também não beijar nem abraçar as pessoas quando por acaso nos encontramos. É normal festas de aniversário pelo zoom. É normal ficar mais tempo em casa. É normal tomar uma taça de vinho com a minha vizinha, ela em uma porta e eu em outra. É normal escolher a máscara que mais combina antes de sair. Por quanto tempo isso será normal? Não faço ideia. Procuro não ficar com o pensamento que tudo isso vai passar rápido. A vida é um presente e quero aproveitar cada segundo para que eu possa lembrar dele com alegria. Então aceito a nova normalidade assim, de forma leve e descomplicada. Afinal, estamos vivos e com saúde, aprendendo que a palavra “normal” pode mudar seu contexto de uma hora para outra. Apesar do furacão que está a passar pelas nossas vidas, tenho muito a agradecer. É um grande alívio como mãe ver como meus heróis lidam com tudo isso ao achar engraçado sair de máscaras, às vezes usam até dentro de casa (risos). Ou até mesmo a grande intimidade que têm com o “corona”, fazendo-o participar das brincadeiras, o que faz com que eu me esqueça por alguns momentos quem ele realmente é. Nesse momento ele é só vilão de uma história imaginária. Crianças são mesmo maravilhosas! Aceito então a nova normalidade, assim do jeito que vem.

Inscrições e lista de material escolar em Portugal, já pensou nisso ?

Então é isso, está tudo pronto para a mudança. Então é isso, está tudo pronto para a mudança. Já deram jeito na casa, nos móveis e no carro (venderam, alugaram ou emprestaram), cancelaram as contas no banco, a escola das crianças, enfim, o corpo está no Brasil e a cabeça em Portugal. A fase seguinte são as pesquisas mais refinadas sobre a documentação, a casa nova e tudo mais que temos para resolver quando chegamos. Período de inscrições escolares É assim mesmo, todo imigrante passa por isso. Mas a maior preocupação para quem vem com os filhos são as escolas. Resolvi escrever esse texto porque o período de matrículas das crianças nas escolas de Portugal termina agora no dia 15 de junho. Como bem explica o site de noticias do O Observador , muito lido em por aqui: “O período de matrículas para a educação pré-escolar e para o 1.º ano do Ensino Básico inicia-se a 15 de abril e prolonga-se até 15 de junho. Para os restantes anos, a renovação é feita até ao 3.º dia útil seguinte à situação do aluno estar resolvida (altura em que sabe se passou ou não de ano).” Se quiser saber mais sobre esse assunto, este link tem respostas bem esclarecedoras. É o momento de descobrir a qual agrupamento (conjunto de escolas públicas) a sua casa faz parte, se informar da documentação necessária, se há ou não vagas e tudo mais. Ainda nesse tema vou deixar uma dica: se não houver vaga no seu agrupamento, dirija-se à Dgest , lá eles arrumarão uma vaga para o seu filho se ele estiver em idade escolar obrigatória (a partir dos 6), mesmo que não seja assim… na sua freguesia. Material escolar: igual ou pct for nandrolone decanoate diferente? Pronto, está tudo certo. Se seguir esse caminho, a não ser que aconteça algo, a vaga do seu filho está garantida em uma escola pública portuguesa! Já que ele vai estudar, precisará de material escolar, correto? E é sobre essa listinha que deixam as crianças tão alegres e as mães desesperadas, além de mais pobres, que vim falar hoje. Mas amigas, não escrevo esse texto só para desesperá-las mais um pouco nesse momento. Muito menos fico feliz com mais um item na interminável lista do que fazer de um imigrante. Escrevo para facilitar, e para que não sejam pegas de surpresa como eu fui. A língua é a mesma, mas é diferente! Gostaria de ter lido algo sobre isso antes de encarar a primeira lista dos meus heróis. Com certeza ia parecer menos ignorante com duas listas de materiais na mão e duas crianças eufóricas atrás. Então vamos lá, levanta a mão que já ouviu falar em: lápis carvão, caneta de feltro, sebenta, caderno diário, dossier, pasta plástica, afia com depósito, caderno com centro agrafado, sapatilha de ginástica, fato de treino, bloco de papel tipo cavalinho ou plasticina. E patafix, que é carinhosamente chamado de bostik, ou são duas marcas diferentes, não entendi até hoje, mas já sei para que serve! Se não ouviram falar, posso garantir que já usaram. E na primeira reunião descobrirá o que é TPC, manuais, fichas, bibe, CAF, AAAF ou ATL, e que na festa de fim de ano o seu filho tem que ir para a escola vestindo calças de ganga e camisola. Mas fique tranquila, ele não vai dormir por lá. Afinal, o que são essas coisas? Não vou conseguir colocar o significado de tudo, por mais que gostasse de fazer isso, porém o texto ficaria muito longo. Começo pelo meu maior desafio, a sebenta. Por mais que me explicassem, na minha cabeça a explicação não combinava com o nome e bloqueava tudo! Apesar de ser um artigo da lista extremamente simples e muito utilizado. Mas vamos lá, vou colocar o que achei mais difícil encontrar a resposta. A sebenta nada mais é do que um simples caderno A5 com capa de papel e folhas em branco sem pauta. É usada para fazer atividades complementares, aquelas que não estão nos manuais ou nas fichas (livros e cadernos de exercício, já foram mais duas!). Mas atenção, não pode ser qualquer caderno que com essas características, tem que estar escrito SEBENTA na frente, repara aqui.  O mesmo vale para o caderno diário, só que nesse há pauta. O dossier é o nosso fichário, afia com depósito é apontador. São informações bem fáceis de conseguir. O TPC não é nada mais que a nossa lição de casa, mas aqui se chama “Trabalho para Casa”. Já CAF, AAAF e ATL são atividades pagas, em que podemos deixar as crianças fora do horário escolar obrigatório. No caso, CAF e AAAF são dentro da escola. Por exemplo: as aulas dos meus meninos começam às 9h, só que o meu primeiro compromisso do dia é 8h30, então deixo meus guerreiros no CAF da escola deles às 8h e de lá eles são encaminhados para as suas respectivas salas de aula às 9h. No período da tarde também funciona, não costumo deixá-los, mas sei que existe atividade até as 19h. Espero que tenha sido útil, se precisarem de alguma informação ou dica ficarei feliz em ajudar! Leia mais…

E se…? A pergunta que vive na mente da expatriada

E se… ?  A pergunta que vive na mente da expatriada Lidar com a vida é uma questão muito ampla. Sabemos o dia, a hora e o segundo exatos em que nascemos, e depois disso seguimos vivendo. Então bora lá ser feliz! Mudei para Lisboa há um ano e meio e desde então já fui duas vezes ao Brasil. Ambas fui passar o final do ano com a família, rever pessoas queridas, tomar um sol (que por esses lados é um pouco difícil de achar nessa época do ano). Também para os avós verem como os netos cresceram e acharem uma graça no sotaque português que eles adquiriram aqui junto com o novo vocabulário. E, é lógico, dar muitos abraços e beijinhos. Isso tudo antes da pandemia, claro. Voltamos sempre felizes e contentes com a energia renovada. Daí retomamos a rotina, aquela que lá atrás escolhemos junto com mudar de país, e que eu pessoalmente ADORO! Mas, e se… No meio dessas mil e uma atividades de mãe, esposa, profissional e dona de casa, às vezes me pego pensando sem perceber: “E se acontecer algo no Brasil? Tenho os passaportes com seis meses de validade?”. E por aí vai… Tenho cá para mim que esse pensamento tem a ver com uma coisinha chamada “culpa”. Mas sai para lá! Logo retomo as rédeas dos meus pensamentos e procuro ter bem claro dentro de mim que a mudança não diminui o amor que sinto por todos aqueles que fazem parte das nossas vidas no Brasil. E muito menos a distância em quilômetros afastou os nosso corações de qualquer um deles. Tem uma frase que carrego comigo: “O que separa as pessoas é falta de amor e não as fronteiras!”. Na minha opinião, estar presente fisicamente não significa estar próximo. Mas se fazer presente sim, isso sim significa estar com os corações conectados. Pode ser com uma carta, escrita por mim ou pelo meu filho que acabou de aprender a escrever. Um presentinho fora de hora que mandamos pelo correio ou compramos em sites brasileiros significando: “Você é importante!”. As ligações frequentes pra saber como estão todos e contar de nós. Ou mesmo aquelas ligações que só fizemos para contar aos avós que o primeiro dente do meu mais velho caiu ou que o meu mais novo deixou as fraldas da noite. Isso sim nos mantém próximos! Leia também: O que aprendi após cinco meses em Portugal E pronto, a vida vai seguindo mais leve sem tantos “E se..”, porém com muitos “Estou aqui!”. Para mim a vida é isso. Nas malas da minha mudança não deixei espaço para culpa, por mais que ela insistisse em entrar. Não mudamos para nos afastar das pessoas, e sim por um conjunto de sonhos que tinham tudo a ver com aterrissar em novas terras, conhecer coisas novas, encarar novos desafios e colocar muitos sorrisos nos rostos das nossas crianças. Outra coisa que acho importante é mudar a direção dos “E se…” só para coisa boa! E se alguém nascer, e se alguém for promovido, e se alguém fizer uma festa, e se rolar aquele churrasco dos amigos, e se alguém casar e se todos realizarem os seus sonhos? Estarei aqui vibrando sempre presente nas vidas dos que amo! Tudo acontece como deve ser Claro que sempre que puder vou ao Brasil dar aquele abraço apertado pessoalmente ou pularei de alegria toda vez que um parente ou amigo ligar avisando que vem e que escolheu Portugal para nos ver. Mas isso não acontece com tanta frequência e não tem nada de errado. A vida é assim mesmo e… beleza! Está tudo ótimo! Às vezes dá tudo certo e às vezes não. E quando não sai como esperamos, quem tem culpa? Lá vem ela de novo, a danada da culpa. As coisas vão acontecer independente do lugar do mapa que estamos ocupando, isso é fato. Não temos o controle de nada e não adianta querer ter, as coisas vão acontecer no momento delas e isso é simplesmente fascinante. Essa mania de querer controlar as coisas, programar, planejar quando na grande maioria das vezes é o senhor destino quem toma conta de tudo, do jeito dele. E vamos combinar? Sai melhor, o que é simplesmente maravilhoso! Mas ok. E se algo acontecer? Vou fazer exatamente que faria se estivesse no Brasil. Dar o meu melhor, dar todo o meu amor e agir com o coração! É, a vida é mesmo assim, cheia de possibilidades. E a nossa cabeça um mundo onde os pensamentos nos levam para onde quisermos. Às vezes por estarmos sozinhos, sem o suporte da família e amigos, e não termos tantas atividades para distrair o corpo e a mente, temos a tendência de não ir para o lado mais “cor de rosa” do nosso cérebro. Temos que ser fortes e ter a consciência que a distância não destrói sentimentos, nem parentescos, muito menos afinidades. Então vamos focar no que é bom e ser feliz! É para isso que todos nós nascemos! Vou encerrar com uma frase que minha avó me falou a vida toda e é grande exemplo a seguir: Se quiser viver muito e bem, viva a vida como ela vem!” Leia mais…

O planeta convoca o ser humano a ser humano

O planeta convoca o ser humano A SER HUMANO. Nenhuma frase que li nesses últimos tempos combina mais com o que estamos vivendo. Gostaria de dar os devidos créditos e agradecer ao autor, mas não consegui identificá-lo. Cresci ouvindo previsões de guerras mundiais ou catástrofes que viriam por causa do comportamento humano, mas nunca imaginei que algo tão insignificante no tamanho poderia mudar o comportamento mundial. Um bichinho invisível aos olhos fez o mundo parar. Refletindo sobre esse momento, percebo que o universo já vem há muito nos dando avisos de seu descontentamento com as nossas atitudes: aquecimento global, efeito estufa, chuva ácida e inversões térmicas são apenas alguns deles. Não gosto de falar que existe um lado bom do coronavírus, não acho que algo que mata as pessoas e elege profissionais para trabalhar até a exaustão pode ser chamado de bom. Mas sim, acho que com cada folha que cai de uma árvore temos que tirar algum aprendizado. E agora, confinados, vamos ter tempo para pensar no mundo,  esse que agora só podemos ver das nossas janelas. O confinamento em Portugal Aqui em Portugal as autoridades decretaram o fechamento das escolas e pediram que nos isolássemos dia 13 de março. Tivemos mais sorte que os nossos vizinhos (Espanha e Itália), pois o vírus demorou um pouco a chegar aqui. Assim o governo pôde preparar algum tipo de plano de contenção do vírus com o que viu acontecer além das nossas fronteiras. O estado de emergência foi decretado dia 18 de março, mas nessa altura grande parte da população de Portugal só saía para o indispensável. É um susto. De uma hora para outra, começamos a viver o inimaginável, ter o direito de ir e vir limitado sem ter cometido nenhum crime. O que me restou foi fazer a minha parte, ficar em casa, ajudar os que estão ao meu alcance e rezar para que tudo isso acabe logo. Como estou lidando com isso em casa Apesar de nunca ter imaginado um momento como esse, não posso  falar que estou entediada de ficar em casa, tenho dois heróis cheios de energia para cuidar e alimentar. Fazemos exercícios juntos pela manhã, procuro cozinhar receitas que antes não dava tempo, trabalho e faço cursos online que foram liberados gratuitamente por causa da pandemia. Os dias passam rápido. Tento também manter uma rotina diferente durante a semana e aos fins de semana, isso me ajuda a organizar a mente. Meus guerreirinhos têm encarado bem tudo isso, na medida do possível. Converso com eles, explico porque temos que ficar dentro de casa e digo que tudo vai passar. Claro que percebo que de vez em quando eles dão algum “defeito”, uma crise de choro diferente, ou até uma frase de adulto “não saia  para não pegar coronavirus!” no meio de uma viagem imaginária no barco de papelão que montaram no meio da sala. Isso já era esperado. Fico satisfeita que eles percebam que algo está acontecendo, porque está mesmo, a vida é real. Entre as muitas preocupações que tenho nesse período é a minha mãe estar longe, no Brasil. Faço chamada de vídeo todos os dias para ela, assim nos fazemos companhia. Deixo aqui o meu muito obrigada a todos os meus amigos que se ofereceram para ajudá-la nesse momento e fazer algo que seria a minha obrigação. Sem que eu mesma soubesse, ligaram para ela e ofereceram ajuda. Eu realmente escolhi as pessoas certas para chamar de AMIGO. De alguma forma, me sinto privilegiada. Estou na minha casa com os meus dois guerreiros que enchem os meus dias de atividades e alegrias. Vejo eles crescendo diante dos meus olhos e educo sem pressa. Ensino a matéria que a professora não pode ensinar porque as escolas fecharam de um dia para o outro. Preparo as refeições com calma e escolho cuidadosamente cada nutriente para que seja um prato completo e eles tenham saúde. Brinco, converso, vejo desenhos e estudo com eles. Faço pipoca no fim da tarde, bolo aos fins de semana. E assim os dias vão passando. O grande aprendizado Não sabemos quanto tempo tudo isso vai durar, mas de qualquer forma não temos escolha e faremos o que tiver que ser feito. Acredito que como ser humano, tiraremos um grande aprendizado disso tudo. Que todas essas privações, ansiedades e incertezas nos faça dar valor ao que realmente o tem. Que passemos a dar valor para todas aquelas coisas que não ocupam espaço, muito menos podemos comprar: amor, solidariedade, família, amigos, bondade, tolerância, entre muitos outros bons sentimentos e atitudes que moram dentro de nós. Desejo que quando abrirmos as portas das nossas casas novamente, não esqueçamos de abrir também os corações com a certeza que nenhum de nós é um ser isolado e só conseguiremos ultrapassar esse momento se estivermos todos juntos na mesma direção, a da humanidade! Leia mais…

As viroses do outro lado do oceano

Virose é um termo pouco específico, que significa doença viral ou infecção provocada por um vírus. Se formos interpretar a expressão viroses ao pé da letra, estaremos diante de um gigantesco grupo de doenças que engloba centenas de infecções virais diferentes, desde as mais simples, como resfriados e verrugas de pele, até as mais graves, como AIDS, raiva, hepatite e ebola. (Fonte: mdsaude.com) Um tanto assustador, não? Quando morava no Brasil, meus meninos pegaram algumas dessas e era comum escutar de alguém: “Para os médicos tudo é virose. Se não consegue descobrir o que a criança tem: é virose!” Bem, como a minha área é comunicação e não medicina, não sei direito quais os critérios para diagnosticar uma criança com virose ou não. Mas sou mãe de dois pequenos-grandes-homens e aprendi rapidinho como os médicos do Brasil e do hospital que frequento em Lisboa costumam lidar com essas temidas viroses. No início a conduta dos dois, médicos brasileiros e portugueses, é a mesma: esperar de três a cinco dias e, se a febre não passar, ou se a criança não tiver sinais de melhora, voltar ao hospital para investigar. Quando a criança tem algum sintoma, como dor de garganta ou no ouvido, fica mais fácil diagnosticar. Nesse caso, ambos os países têm a mesma conduta: prescrevem a medicação adequada e logo essa doencinha vira história para contar. Ah, mas se for a danada da virose não há nada a se fazer a não ser combater os sintomas. Até ai é igual dos dois lados do oceano. As diferenças O que vejo de diferente em como os médicos daqui lidam com as viroses é no quesito investigação e exames.  No Brasil, pelo menos no hospital que frequentava, se a criança chega até o quinto dia com febre é feito exame de urina, de sangue, raio-x e o que mais for necessário para ter certeza qual é a causa. Já por esses lados do oceano, muitas vezes fazer um exame não é uma tarefa assim tão simples, mesmo dentro da emergência de um hospital. Enfim, culturas diferentes. Aqui os médicos acreditam até um certo limite que o corpo irá reagir e não é necessário investigar. Muitas vezes eles estão certos, outras vezes uma investigação mais detalhada se faz necessário. Nossa experiência Esse final de ano meu mais velho teve seis dias de febre alta, passava dos 39 graus. Fui duas vezes à emergência com ele e o único exame que fizeram foi o de urina. Como deu negativo continuaram afirmando que era uma virose. Fiquei desesperada, porque a partir desse sexto dia, meu menino passou a vomitar quando tinha febre, o que ainda não tinha acontecido. Meu coração de mãe já me dizia que aquilo não ia passar sozinho. Então recorri ao médico que temos na nossa família no Brasil. Eu não gosto de incomodá-lo, mas tenho que confessar que é uma enorme segurança poder contar com ele. A partir das análises clínicas, os sintomas e devido à proximidade de uma viagem de avião, que poderia agravar a situação, ele foi medicado corretamente e melhorou. Logo na primeira dose do remédio, UFA!!! Com o meu pequeno aconteceu uma situação semelhante, inclusive no mesmo período. Na emergência do hospital já passava com a dupla. Leia também: Meu filho ficou doente: o que devo fazer  Meu pequeno começou sem febre, mas tinha bastante tosse e coriza. Levei-o ao hospital e disseram que ele tinha a garganta e os ouvidos vermelhos e um anti-inflamatório era o mais indicado. Como ele não tinha febre dei o remédio e acreditei que fosse passar. Mas no dia seguinte da medicação ele começou com febre alta e voltei ao hospital (com a dupla, claro, pois esse foi o mesmo dia que o grandão vomitou por causa da febre), já bem preocupada. O diagnóstico foi o mesmo: virose, anti-inflamatório e esperar. Isso foi em dezembro do ano passado, dois dias antes de embarcar para o Brasil para passar o final de ano com a família. Esperei a febre do meu pituco ceder até o dia da viagem. Mas a febre não cedeu, apesar de ele apresentar sinais de melhora. Bateu novamente o desespero e incomodamos o nosso médico novamente. Com a medicação correta, enfim ele melhorou! Não sei dizer se o desfecho dessa história seria diferente se não fosse um final de ano frio de inverno em Portugal, se a ansiedade e a correria da viagem não estivessem presentes, se eles não estivessem trabalhando duro na escola para fazer uma linda e emocionante apresentação de final de ano que fez pelo menos metade dos pais desabarem de chorar de tanta alegria, orgulho e emoção. É, talvez se não tivesse essa somatória de emoções, acredito sim, que tudo seria diferente. Mas como nunca vou saber, só posso agradecer com todas as minhas forças ter passado lindos 10 dias com a família no Brasil, com meus dois guerreiros brincando e cheios de saúde. Esse sim foi um verdadeiro presente de Natal! Leia mais…

Renovações, reflexões e sonhos. Bem-vindo 2020 !

Janeiro chega cheio de esperança. A esperança de um ano novo, de um mundo melhor, com mais amor e igualdade para todos, tudo isso bem misturadinho com todas as promessas e sonhos que fazemos para nós mesmos. O encontro com a família (nem que seja com a ajuda da tecnologia), com os amigos (aqueles antigos ou os que foram feitos ao longo do ano), momentos especiais em que partilhamos experiências e sentimentos. Ver um ano começando sempre é um momento especial e merecedor de muitos agradecimentos. Um ano inteiro em Portugal 2019 foi meu primeiro ano inteiro em Portugal. Primeiro ano em que virei as quatro estações além-mar, os 12 meses do calendário e também aprendi sobre todas as férias e feriados. Sim, “dei a volta no sol” e completei um ciclo de 365 dias 5 horas, 45 minutos e 46 segundos. Aprendi uma nova rotina, desprogramei meu cérebro do stress de uma megalópole, entendi de uma forma diferente o que realmente era importante trazer em uma mala ou no coração. Apesar de morar na maior cidade do país e encontrar toda a estrutura digna de uma capital, mudar de São Paulo, considerada a oitava cidade mais populosa do planeta, para Lisboa foi algo que o meu cérebro demorou para administrar. Durante muitos meses, sem perceber continuava calculando uma hora (ou mais) antecipada para chegar aos lugares. Tudo bem, prefiro chegar adiantada do que atrasada, mas o que demorei a entender é que com esse tempo todo de antecipação eu podia até sair de Lisboa e voltar, e ainda assim chegaria antes. É tão obvio fazer uma conta de de distância/minutos, não é? Com o Waze, então? Vai entender! Desapego Também parei para pensar em todo desapego que vivemos antes da mudança. A quantidade de brinquedos, roupas, malas, bolsas, trajes de festa e objetos que guardávamos há anos sabe-se lá para quê? Vai que um dia precisa? Mas em grande parte das vezes esse dia não chega, e nem eu nem ninguém aproveitou aquelas “coisas”. Uma reflexão entre as muitas reflexões que passei a fazer e ensinar os meu meninos a fazerem também. As “coisas” mais importantes da vida não podemos nem comprar com dinheiro, muito menos ocupam espaço: amor, solidariedade, família, esperança, paz, entre muitos outros bons sentimentos e atitudes. As mudanças que a mudança traz Eu sabia que estava buscando uma mudança. Não porque não gostasse da minha vida ou do meu país, mas pelo fascinante desafio de experimentar e aprender coisas novas, correndo o sério risco de gostar. Ainda sou capaz de ir mais longe, queria conhecer novos “problemas”, já estava cansada daqueles velhos. Nunca achei que mudar do país seria a solução infalível para não ter problemas. Mas sabia que aqui eu teria outros tipos deles, outros medos e ansiedades, que só por serem diferentes já é um valoroso aprendizado! Mudar mindset (mentalidade), desapegar, encarar o novo, sair da zona de conforto, aprender uma nova cultura, fazer novos amigos, recomeçar do zero, foi quase uma metamorfose. O que sinto é uma renovação, uma explosão de sentimentos e uma gratidão imensa por todos que fazem parte da nossa  história ou que simplesmente passaram pelo nosso caminho e deixaram algum bom sentimento ou aprendizado. Sou grata até aos que passaram pelas nossas vidas com  intenções, digamos assim, não tão boas. Esses nos ensinam o que não devemos fazer e como não devemos agir. Me sinto aliviada em dizer que muitos dos objetivos que coloquei para 2019 foram cumpridos. Entre documentos, sentimentos e saudades seguimos firmes e fortes realizando os nossos sonhos e objetivos. Na verdade acho que isso se chama viver. A meu maior agradecimento vai aos meus dois heróis. Eu não sabia o tamanho da força desses dois pequenos grandes homens, que sempre enfrentam tudo com a alegria, pureza, sinceridade e traquinagem. E a nossa família, que não importa se estão a 10 km ou a 10 mil km de distância, sempre estão próximos em nossos corações e “celulares”, nos apoiando e partilhando suas vidas. E para 2020… Para 2020 já temos nossa listinha pessoal de desejos, e vamos trabalhando para realizá-los. Para o mundo desejo que o amor, o respeito e solidariedade prevaleçam, que os BONS sempre sejam a maioria e o que BEM sempre vença! Desejo que em 2020 todos nós tenhamos sonhos e força para realizar cada um deles. Que renovemos os desafios, os sonhos e a alma sempre que sentirmos necessidade! Desejo muita saúde e disposição para todas as mamães, afinal crianças são crianças em qualquer lugar do mundo, aventureiras e cheias de energia! Para todas as crianças do mundo desejo que sejam muito amadas, respeitadas e tenham muita saúde para brincar e crescer felizes! Feliz ano novo, feliz história nova, feliz renovação, e tudo mais que desejamos de feliz para nós e para a humanidade! Leia mais…

Os brasileiros que vêm para Portugal

Os brasileiros que vêm para Portugal são de todos os tipos. Até arrisco dizer que construímos um pequeno Brasil além-mar, com todas as nossas inúmeras características sociais e culturais, qualidades, defeitos e costumes. Viemos de norte a sul do nosso Brasil e chegamos aqui com sonhos de todas as proporções. Somos um em cada cinco imigrantes em Portugal, como você pode conferir nesse link.  Nas maiores cidades, como Lisboa e Porto, já é impossível andar pelas ruas e não ouvir o nosso “sotaque”. Ou então ir a um supermercado ou café e não encontrar um conterrâneo, seja consumindo ou fazendo parte do quadro de funcionários. Nas escolas portuguesas também não é diferente. Certamente não conheço todas as escolas daqui, mas todas que pude conhecer ou ouvir falar têm pelo menos um brasileiro matriculado. Na escola dos meus meninos tem tranquilamente mais de 10 brasileirinhos. O que já era de se esperar, pois não? São muitos anos de história desse movimento migratório para Portugal. O movimento migratório do Brasil buy steroids online para Portugal Quem não se lembra das matérias bombando nos noticiários brasileiros sobre a grande imigração de dentistas do Brasil para Portugal entre os anos 80 e 90? E não parou. Embora tenha abrandado, a chegada desses profissionais por aqui ainda é grande. O que os motivou foi a facilidade de se recolocar profissionalmente. Naquela época chegavam e já conseguiam trabalhar. Havia um acordo entre Brasil e Portugal que estabelecia a equivalência direta entre os diplomas. Hoje já é um tanto mais trabalhoso. Em grande parte das profissões é necessário que se faça um “período” do curso em Portugal para “validar” o seu diploma. O meu, por exemplo, na área de comunicação, exige mais um ano de estudo para que eu tenha meu ensino superior reconhecido. Leia também: Um pouquinho sobre meus queridos portugueses Mas enfim, vamos caminhar na história. Depois vieram muitos brasileiros em busca de uma colocação profissional na construção civil, no varejo, no ramo da limpeza e onde mais pudessem trabalhar. Em grande parte vinham sem família para tentar a vida por aqui. Muitos tiveram sucesso, fincaram pé em terras lusitanas, e hoje formam famílias multiculturais luso-brasileiras. A partir de 2010, com a grande crise financeira na Europa, que tomou Portugal como uma de suas piores vítimas, começamos a atravessar o oceano de volta. Ficou complicado imaginar um futuro promissor por aqui, visto que até os portugueses estavam lutando contra o desemprego. Mas não demorou para mudarmos novamente o rumo da travessia. Em 2014, com a economia já avistando uma tímida melhora, voltamos a imigrar para Portugal. Foi um período que também veio de encontro com as muitas crises e escândalos políticos no nosso país, quando a população, educação, saúde, segurança já não tinham nenhum tipo de prioridade. Isso trouxe uma triste falta de perspectiva para o nosso povo, que começou a buscá-la bem longe do nosso gigante. O número de imigrantes cresceu ainda mais nos últimos anos, quando a política do queridinho da imigração brasileira, os EUA, não pareceu assim, muito amistosa. Então miramos com tudo para esse lado do oceano, e para Portugal, é claro! Mesmo idioma, com um inverno não tão rigoroso, cheio de praias, seguro e com uma economia cada dia mais estável. Mas afinal, quem vem hoje para Portugal? Por muitas conversas com os meus queridos portugueses e pelo que vejo diariamente, resumo da forma abaixo, mas não exatamente em ordem crescente. Existem aqueles que têm dinheiro e não precisam se preocupar em ter um emprego de imediato para sobreviver. São pessoas que chegam, alugam ou compram casas grandes, e na sequência abrem uma empresa ou vivem dos seus próprios rendimentos adquiridos durante a vida. Os imigrantes dessa categoria, em sua grande maioria, escolhem Cascais como sua nova morada. Eles já vêm com o visto de residência, ou por dupla nacionalidade ou por consequência dos investimentos que farão no país. Outra categoria são aqueles brasileiros que fizeram um “pezinho de meia” para a mudança. Vendem o que têm no Brasil para ter uma reserva até se adaptar. Já vêm com emprego, visto de residência e normalmente se estabelecem nas maiores cidades, Lisboa e Porto, ou arredores, onde há mais oportunidade de trabalho.   Depois há aqueles brasileiros que por algum motivo não se encaixaram em nenhum dos tipos de vistos concedidos pelo governo português, porém vêm da mesma forma e tentam se legalizar depois da chegada. Como o brasileiro não precisa de visto para entrar como turista em Portugal, muitas vezes durante os 90 dias de “turista”, se informando bem sobre as leis, pode-se dar entrada nos trâmites para obtenção de algum tipo de visto. Esses imigrantes, na maior parte da vezes, escolhem cidades menores que possuem aluguel e custo de vida mais baixo para se estabelecer. O número de estudantes brasileiros que chegam aqui também cresce todos os anos. Assim como os incentivos para esse tipo de visto. E finalmente os aposentados. Esses sim, sabem viver! Vêm com a sua renda e vistos garantidos do Brasil e em sua grande maioria estabelecem-se no Algarve, região de muitas praias, lindas paisagens e clima ameno. Afinal, trabalharam a vida toda e merecem! Hoje somamos em Portugal mais de 105 mil cidadãos, segundo esse site de notícias. Não é à toa que encontramos nas redes sociais inúmeros grupos de apoio aos brasileiros que querem morar ou moram por aqui. Em uma rápida pesquisa é possível encher uma página de resultados. Apesar desses grupos terem muitas respostas, cada caso é sempre único e as leis podem mudar de uma hora para outra. Por isso, é sempre mais seguro consultar um órgão oficial, como um dos consulados portugueses no Brasil ou o SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras). Esse é o retrato do meu Brasil-Português, tirado por uma mãe mundo afora completamente apaixonada pelos dois países! Leia mais…

Adaptação das crianças em outro país

Adaptação das crianças em outro país Cada um tem a sua maneira de encarar as aventuras da vida. Mas, de certa forma, na adaptação em outro país acredito que muitos são os pontos comuns entre nós. Há pouco mais de um ano, eu e o meu marido mudamos de São Paulo para Lisboa com os nossos dois heróis, naquela época com três e seis anos. Foi uma mudança que teve, no mínimo, dois anos de planejamento. Estávamos completamente seguros quanto à decisão de mudar de país e também a respeito dos primeiros passos burocráticos para nos estabelecer em Portugal. Tudo parecia sob controle até batermos de frente com o tal furacão da adaptação. E eu que achava que passaria batido por ele depois de tanto planejamento? É… eu sempre fui um tanto otimista (risos). Prioridade: adaptação das crianças Quando estava no auge desse importante, mas não exatamente tranquilo, processo, cheguei a ficar oito meses sem cortar meu cabelo. Simplesmente me esqueci, pois parar na frente do espelho para reparar nisso me tomava um tempo precioso. Fazia o bom e velho rabo de cavalo e voilà! Quase um ano sem pintar a minha unha da cor que gosto, já que é um vinho escuro que demorava muito para secar e eu tinha muitas coisas para resolver. Ganhei alguns quilos, comia o que dava e na hora que sobrava. Enfim, a vaidade, que sempre foi uma prioridade na minha vida, caiu drasticamente de posição, nem sei dizer para qual! Afinal, o mais importante para mim era a tranquilidade dos meus grandes guerreirinhos. Manter a rotina, a alimentação que tinham no Brasil, levá-los para gastar energia, brincar e conviver com outras crianças era o que havia de mais importante. Leia também: Imigração: quais são os desafios que irei lidar? Nesse momento, fazê-los se sentirem em casa era minha única prioridade. Afinal, mudei essas crianças de país, cultura, amigos, casa, escola e ainda ficaram longe dos familiares que tanto amam sem entender a verdadeira dimensão da escolha da nossa família. Claro que fiz questão que eles participassem de tudo, desde a decisão de mudar até chegar aqui. Aliás, tomei muito cuidado para que estivessem totalmente inseridos em todo o processo. Ajudou sim, mas era uma vivência que eles nunca haviam passado. Como eles iam entender?  A reação das crianças Como uma criança pode saber a importância de uma mudança dessa proporção sem nunca ter vivido isso? Como eles poderiam imaginar antes de chegar aqui que na vidinha deles só o pai e a mãe estariam no mesmo lugar? Nem eu podia imaginar…. Então, claro que eles reagiram. Cada um ao seu estilo: O meu mais velho é uma criança extremamente tranquila e sociável, mas muito ativo também. Está sempre fazendo um esporte ou inventando uma brincadeira. Ele gosta muito de companhia, nos chama todo o tempo para brincar, e se não posso, porque estou fazendo comida por exemplo, ele pega os brinquedos e brinca ao meu lado na cozinha. No início, esse menino que descrevi acima dava chiliques transcontinentais, batia portas e gritava a plenos pulmões, acho que até do Brasil dava para ouvir. Reações exageradas para uma disputa de brinquedos com o irmão. Já o mais novo sempre foi uma criança mais agitada e aventureira. Ele sozinho se basta e consegue aprontar coisas inimaginavelmente perigosas. Na mesma proporção da agitação é o carinho que nos dá. Adora um colo, um abraço, um beijinho, é capaz de ficar muitos minutos abraçado comigo no sofá vendo um desenho. Com ele as reações foram na escola. Ele sentava a mão todos os dias nos colegas, quebrava copos, jogava comida pelos ares e não parava quieto nem para ouvir uma música da educadora.  Perdi as contas de quantas vezes fui chamada na escola. Na primeira reunião chorei tanto que foram buscar água para que eu conseguisse falar. Sentia olhares estranhos dos outros pais quando ia buscar o meu anjinho loiro de olhos azuis. Não conseguia nem julgá-los, afinal, meu “pituquito” batia nos tesouros deles todos os dias. Em um grande esforço entre a escola e a nossa família, muitas conversas, reuniões e uma atenção redobrada, essa fase passou!  Tudo se acalmou Os chiliques pararam e voltei a ter o meu grandão, sorridente e cheio de ideias me fazendo companhia por todo lugar. O mais novo voltou a ser um menino rodeado de amigos que admiram o seu coração aventureiro com direito a elogios da educadora! Apesar de tudo, considero que as reações dos meus meninos foram extremamente saudáveis. Como diz uma querida amiga que trabalha na área de psicologia: eles não guardaram nada dentro deles, colocaram tudo para fora e superaram a fase em que foram obrigados a reaprender tudo de uma forma diferente. Estranho seria se eles tivessem passado por toda essa mudança quietos sem demonstrar que perceberam que nada estava igual. Passado o furacão da adaptação, tudo isso vira somente história para contar, UFA! Hoje digo com toda alegria que nossa família está em paz. Passamos desse período tão conturbado quanto necessário chamado adaptação. Com toda certeza, podemos dizer que nos sentimos em casa novamente, mas dessa vez na nossa iluminada Lisboa! Leia mais…

Amigos de lá, amigos de cá e a maravilhosa mistura dos dois

Amigos de lá, amigos de cá e a maravilhosa mistura dos dois. No Brasil tenho amigos desde os nove anos. Migrei com 39, hoje tenho 40 anos. São mais de 30 anos de uma amizade que cresceu com a pureza de uma criança e chegou à idade adulta. Isso sem contar os amigos que fiz no decorrer da minha caminhada e permanecem até hoje, escola, faculdade, cursos, uma verdadeira maravilha da vida! Apesar de ter toda a firmeza na decisão da mudança, a “questão” amigos era algo que me preocupava. Não conseguia imaginar como seria fazer novos amigos em uma cultura diferente, apesar de ter certeza que os faria. No Brasil tínhamos uma vida social bastante agitada. Além dos churrascos ou encontros com amigos, os convites para as festinhas de aniversário “brotavam” das agendas escolares dos meus meninos, e íamos a quase todas! No começo foi bem difícil, além de todas as novidades para administrar, adaptação, documentos, casa, só tínhamos um ao outro, eu e o meu marido, para dividir as inseguranças e ansiedades. Mas existe uma frase que carrego comigo há muito tempo, uma teoria que se confirmou aqui: Amigos nós não fazemos, reconhecemos! E com a mudança pude perceber que reconheci muitos, e os meus heróis também. Digo com toda alegria que as amizades que fizemos aqui são outra maravilha da vida! Amigos que estão no mesmo barco Muitos desses amigos, quando penso em uma definição para tamanha afinidade em tão pouco tempo, logo encontro a resposta: “Claro, esses são os meus amigos que estão no mesmo barco”. Vou explicar o que é esse “barco” e por onde navegamos. São as mesmas dificuldades, desafios, tudo podemos dividir. Não importam as diferenças. Esses amigos vêm de todas as partes do nosso Brasil. Mas há algo mais que nos une além de sermos brasileiros: a imigração com crianças. Nesses amigos encontramos uma força e um carinho tão grande que só posso agradecer. As nossas crianças também se juntam. Independente da idade, parece que ao ver os pais se integrando se tornam amigos também, o que nos conforta e nos une mais ainda. Leia também: A importância de fazer amigos Esses amigos foram feitos em um lugar comum entre nós, na escola dos meus pequenos-grandes guerreiros. Juntos tecemos uma rede de apoio maravilhosa de informações e sentimentos. Isso nos torna mais fortes. Nos encontramos ali, deixando as crianças e percebendo que vínhamos do mesmo lugar. E essa amizade cresceu, literalmente, dia a dia. Afinal, estávamos ali todos os dias para deixar nossos pequenos. E tomou força. Saiu da porta da escola e invadiu a casa e a vida de cada um. Pude confirmar que pessoas que se gostam se juntam, independente do tempo que se conhecem. E tenho que confessar, sou um tanto reservada. Apesar de nos darmos bem, foram eles que abriram primeiro a porta de casa para a minha família, uma alegria imensa. As crianças deles também abriram o armário de brinquedos e os corações para os meus filhos. O que deixaria uma mãe mais feliz? Anjo amigo Mas não foram só as amizades da escola que nos trouxeram conforto. Além de amigos, encontramos também um anjo amigo(a) em nossas vidas. Desde o início, bateu à nossa porta com todo carinho e conquistou a todos: nossa querida vizinha. Em um momento tão turbulento da nossa adaptação, nos trouxe paz. A paz de nos acolher, de estar conosco e a paz de saber que tenho tão perto alguém que se importa com a nossa família. Uma pessoa muito especial. Os meus meninos a adoram de tal forma que tenho que controlá-los para não tocar a campainha dela todas as vezes que saem de casa. Mas se eles tocam, ela abre com um sorriso que ilumina toda família. Obrigada! A maravilhosa mistura de culturas Desde que chegamos fizemos amigos de muitos lugares do mundo. Brasileiros, portugueses, cabo-verdianos, holandeses, espanhóis, venezuelanos, uma fantástica mistura de culturas com o “tempero” português. Meus meninos também fizeram amigos dos quatro cantos do planeta. Alguns nem português falam, mas todos, sem exceção, colocam um sorriso nos rostos dos meus heróis, cumprindo o verdadeiro significado da palavra amizade. Os amigos que também atravessaram o oceano E como deixar de falar do amigo lá do primeiro parágrafo, brasileiro, que se mudou conosco para Portugal? É daqueles que conheço há mais de 30 anos! É mais que um amigo, é um irmão escolhido pela vida. Não preciso viajar 10 horas para ter uma boa conversa sobre os “velhos tempos” pessoalmente. Meus heróis também têm amizades que atravessaram o oceano. Uma amiguinha muito querida da escola que frequentavam no Brasil, hoje é nossa vizinha. Uma maravilhosa referência afetiva, mostrando a eles que as pessoas queridas que ficaram no Brasil chegam também até aqui, pensamento difícil de explicar em palavras para uma criança, mas a vida se encarrega de mostrar. A “questão” amigos é sempre maravilhosa e cheia de boas surpresas. Tudo que inclui a palavra amigos nos faz sorrir. Como eu poderia imaginar há pouco mais de um ano, quando estávamos nos despedindo de todos que faziam parte das nossas vidas na nossa pátria amada, que iríamos encontrar uma rede de amigos tão especial? Amizades não se dividem, só se multiplicam! Leia mais…