E se…? A pergunta que vive na mente da expatriada

E se… ?  A pergunta que vive na mente da expatriada

Lidar com a vida é uma questão muito ampla. Sabemos o dia, a hora e o segundo exatos em que nascemos, e depois disso seguimos vivendo. Então bora lá ser feliz!

Mudei para Lisboa há um ano e meio e desde então já fui duas vezes ao Brasil. Ambas fui passar o final do ano com a família, rever pessoas queridas, tomar um sol (que por esses lados é um pouco difícil de achar nessa época do ano). Também para os avós verem como os netos cresceram e acharem uma graça no sotaque português que eles adquiriram aqui junto com o novo vocabulário. E, é lógico, dar muitos abraços e beijinhos. Isso tudo antes da pandemia, claro.

Voltamos sempre felizes e contentes com a energia renovada. Daí retomamos a rotina, aquela que lá atrás escolhemos junto com mudar de país, e que eu pessoalmente ADORO!

Mas, e se…

No meio dessas mil e uma atividades de mãe, esposa, profissional e dona de casa, às vezes me pego pensando sem perceber: “E se acontecer algo no Brasil? Tenho os passaportes com seis meses de validade?”. E por aí vai… Tenho cá para mim que esse pensamento tem a ver com uma coisinha chamada “culpa”.

Mas sai para lá!

Logo retomo as rédeas dos meus pensamentos e procuro ter bem claro dentro de mim que a mudança não diminui o amor que sinto por todos aqueles que fazem parte das nossas vidas no Brasil. E muito menos a distância em quilômetros afastou os nosso corações de qualquer um deles.

Tem uma frase que carrego comigo: “O que separa as pessoas é falta de amor e não as fronteiras!”. Na minha opinião, estar presente fisicamente não significa estar próximo. Mas se fazer presente sim, isso sim significa estar com os corações conectados.

Pode ser com uma carta, escrita por mim ou pelo meu filho que acabou de aprender a escrever. Um presentinho fora de hora que mandamos pelo correio ou compramos em sites brasileiros significando: “Você é importante!”. As ligações frequentes pra saber como estão todos e contar de nós. Ou mesmo aquelas ligações que só fizemos para contar aos avós que o primeiro dente do meu mais velho caiu ou que o meu mais novo deixou as fraldas da noite. Isso sim nos mantém próximos!

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E pronto, a vida vai seguindo mais leve sem tantos “E se..”, porém com muitos “Estou aqui!”. Para mim a vida é isso.

Nas malas da minha mudança não deixei espaço para culpa, por mais que ela insistisse em entrar. Não mudamos para nos afastar das pessoas, e sim por um conjunto de sonhos que tinham tudo a ver com aterrissar em novas terras, conhecer coisas novas, encarar novos desafios e colocar muitos sorrisos nos rostos das nossas crianças.

Outra coisa que acho importante é mudar a direção dos “E se…” só para coisa boa! E se alguém nascer, e se alguém for promovido, e se alguém fizer uma festa, e se rolar aquele churrasco dos amigos, e se alguém casar e se todos realizarem os seus sonhos? Estarei aqui vibrando sempre presente nas vidas dos que amo!

Tudo acontece como deve ser

Claro que sempre que puder vou ao Brasil dar aquele abraço apertado pessoalmente ou pularei de alegria toda vez que um parente ou amigo ligar avisando que vem e que escolheu Portugal para nos ver. Mas isso não acontece com tanta frequência e não tem nada de errado.

A vida é assim mesmo e… beleza! Está tudo ótimo! Às vezes dá tudo certo e às vezes não. E quando não sai como esperamos, quem tem culpa? Lá vem ela de novo, a danada da culpa. As coisas vão acontecer independente do lugar do mapa que estamos ocupando, isso é fato. Não temos o controle de nada e não adianta querer ter, as coisas vão acontecer no momento delas e isso é simplesmente fascinante.

Essa mania de querer controlar as coisas, programar, planejar quando na grande maioria das vezes é o senhor destino quem toma conta de tudo, do jeito dele. E vamos combinar? Sai melhor, o que é simplesmente maravilhoso!

Mas ok. E se algo acontecer? Vou fazer exatamente que faria se estivesse no Brasil. Dar o meu melhor, dar todo o meu amor e agir com o coração!

É, a vida é mesmo assim, cheia de possibilidades. E a nossa cabeça um mundo onde os pensamentos nos levam para onde quisermos. Às vezes por estarmos sozinhos, sem o suporte da família e amigos, e não termos tantas atividades para distrair o corpo e a mente, temos a tendência de não ir para o lado mais “cor de rosa” do nosso cérebro.

Temos que ser fortes e ter a consciência que a distância não destrói sentimentos, nem parentescos, muito menos afinidades. Então vamos focar no que é bom e ser feliz! É para isso que todos nós nascemos! Vou encerrar com uma frase que minha avó me falou a vida toda e é grande exemplo a seguir:

Se quiser viver muito e bem, viva a vida como ela vem!”

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